terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sopro - Cap 19 do livro Os Mensageiros

Estou lendo aos poucos o livro Os Mensageiros (obra do Espírito André Luiz / Chico Xavier), e estou conhecendo mais o mundo espiritual na visão que André Luiz nos relata. Tem uma parte na página 59 – Capítulo 19 onde André Luiz questiona sobre o Sopro, e vou deixar transcrito aqui para reflexão:

Técnicos do sopro? — indaguei, assombrado, antes que Ismália pudesse fazer qualquer obser­vação referente aos serviços.

— Sim, meu amigo — respondeu Alfredo, aten­ciosamente —, o sopro curador, mesmo na Terra, é sublime privilégio do homem. No entanto, quan­do encarnados, demoramo-nos muitíssimo a tomar posse dos grandes tesouros que nos pertencem. Comumente, vivemos por lá, perdendo tempo com a fantasia, acreditando em futilidades ou alimen­tando desconfianças. Quem pudesse compreender, entre as formas terrestres, toda a extensão deste assunto, poderia criar no mundo os mais eficientes processos soproterápicos.

Mas, semelhante patrimônio está à dispo­sição de qualquer Espírito encarnado? — perguntou Vicente, compartilhando minha surpresa.

Nosso interlocutor pensou alguns instantes e respondeu, atencioso:

Como o passe, que pode ser movimentado pelo maior número de pessoas, com benefícios apre­ciáveis, também o sopro curativo poderia ser utili­zado pela maioria das criaturas, com vantagens pro­digiosas. Entretanto, precisamos acrescentar que, em qualquer tempo e situação, o esforço indivi­dual é imprescindível. Toda realização nobre re­quer apoio sério.

O bem divino, para manifestar-se em ação, exige a boa vontade humana.

Nossos técnicos do assunto não se formaram de pronto. Exercitaram-se longamente, adquiriram experiên­cias a preço alto. Em tudo há uma ciência de começar. São servidores respeitáveis pelas realiza­ções que atingiram, ganham remunerações de vulto e gozam enorme acatamento, mas, para isso, pre­cisam conservar a pureza da boca e a santidade das intenções.

Compreendendo o interesse que suas palavras despertavam, continuou o administrador, depois de pequena pausa:

Nos círculos carnais, para que o sopro se afirme suficientemente, é imprescindível que o ho­mem tenha o estômago sadio, a boca habituada a falar o bem, com abstenção do mal, e a mente reta, interessada em auxiliar. Obedecendo a esses requisitos, teremos o sopro calmante e revigorador, estimulante e curativo. Através dele, poder-se-átransmitir, também na Crosta, a saúde, o conforto e a vida.

E, como Vicente e eu não pudéssemos ocultar a perplexidade, Alfredo considerou:

— Isto não é novo. Jesus, além de tocar na­queles a quem curava, concedia-lhes, por vezes, o sopro divino. O sopro da vida percorre a Criação inteira. Toda página sagrada, comentando o prin­cipio da existência, refere-se a isso. Nunca pen­saram no vento, como sopro criador da Natureza? Quanto a mim, desde o ingresso em Campo da Paz, quando fui ali recolhido em péssimas condi­ções espirituais, tenho aprendido maravilhosas li­ções nesse particular. Tanto assim que, chefiando este Posto, tenho incentivado, com as possibilida­des ao meu alcance, a formação de novos coope­radores nesse sentido, oferecendo compensações aos que se decidam iniciar a tarefa de especialização, nem sempre fácil para todos.

A esse tempo, Ismália recebia algumas cola­boradoras de importância, que se preparavam para a tarefa.

Impressionado com o que ouvira, acompanhei de perto as providências que se organizavam.

Encontrando-me, porém, mais a sós com Ani­ceto, transmiti-lhe minha enorme surpresa, respon­dendo-me ele em tom confidencial:

— Esquecem-se vocês de que a própria Biblia, aludindo aos primórdios do homem, narra que o Criador assoprou na forma criada, comunicando-lhe o fôlego da vida.

Referindo-nos aos nossos ir­mãos encarnados, faz-se preciso reconhecer, André, que, mesmo partindo de homens imperfeitos, mas de boa vontade, todo sopro com intenção de aliviar ou curar tem relevante significação entre as cria­turas, porque todos nós somos herdeiros diretos do Divino Poder.

Aliás, é necessário observar tam­bém que não estamos diante de uma exclusividade. Você, por certo, passou muito ligeiramente pelo nosso Ministério do Auxílio. Temos, ali, grande instituto especializado nesse sentido, onde nobres colegas se votam a essa modalidade de coopera­ção.

No plano carnal, toda boca, santamente intencionada, pode prestar apreciáveis auxílios, no­tando-se, porém, que as bocas generosas e puras poderão distribuir auxílios divinos, transmitindo fluidos vitais de saúde e reconforto.

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